CIOC 2023: O retrato de uma optometria dinâmica

 

Entre 24 e 26 de março a XXV edição do Congresso Internacional de Optometria e Contactologia (CIOC) levou especialistas e profissionais ao Casino da Figueira da Foz. Este evento organizado pela União Profissional dos Ópticos e Optometristas (UPOOP), para todos os profissionais, fez do tema Novas Perspetivas para a Optometria do Ensino à Prática a sua bandeira e atraiu cerca de 230 pessoas. Na abertura não faltou o mítico professor Fernando Carvalho Rodrigues, grande impulsionador da optometria portuguesa, e a representante da autarquia local, Olga Brás, vereadora do pelouro da Saúde. Henrique Nascimento, presidente da instituição organizadora falou em exclusivo com a Millioneyes, conduzindo-nos pelos meandros de um evento e de uma atividade cada vez mais significativos e com novos caminhos que se antecipam.

O painel de palestrantes deste CIOC foi interessante e variado, escolhido pelas áreas de trabalho. Henrique Nascimento admitiu que só concebe uma conferência nestes moldes, afinal “a optometria não pode ser só num sentido, porque a optometria pode abranger muitas áreas. E a filosofia passa também pela mudança do ensino, paulatinamente. O ensino e a prática. Muitas destas pessoas que aqui estão têm muitos anos de optometria e respetivos vícios e que estão habituadas a fazer o básico. O nosso objetivo é a mudança. Os palestrantes, aliás, vão lançando provocações para que isso aconteça. E alguns destes participantes, através da UPOOP e das respetivas formações obrigatórias já conhecem estas temáticas e são incentivados a pesquisarem e estudarem”, reforçou o líder da associação.

Entre a abordagem à psicologia, à sustentabilidade, às normas, à investigação e às novas perspetivas nas variáveis do exame optométrico, os três dias de palestras foram intensos e reveladores. Destacamos a apresentação de Clara Pérez, professora no Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa (ISEC Lisboa) e doutorada em Biomedicina e Ciências da Saúde pela Universidade Europeia de Madrid, que assinalou o crescimento da investigação em optometria no nosso país. Este fator traz como consequência a melhoria dos procedimentos clínicos e respetivos protocolos, a implementação de novas terapias funcionais e a óbvia ampliação de conhecimento. E no topo de tudo isto, a investigação também impulsiona maior reconhecimento na generalidade da sociedade e melhora a posição profissional de todos os envolvidos. A reter o facto de que, em todo o mundo, desde 1908, o número de publicações na área da optometria situou-se nas 48.881, das quais 25.590 foram publicadas nos últimos dez anos. Em Portugal, o número de publicações anunciado por Clara Pérez foi de 441, das quais 336 na última década. As instituições portuguesas com maior número de publicações foram a Universidade do Minho e a Universidade do Porto. No entanto, no último ano, o ISEC Lisboa está em terceiro lugar.

Ainda de referir a palestra de Rafael Silva Pereira, diretor geral da Qualconsoante – Disclínica que abordou o assunto premente sobre como o processamento visual interfere na avaliação neuropsicológica. O especialista advertiu que raramente o profissional ou equipa envolvidos nos testes neuropsicológicos, feitos no âmbito de alterações neuropsicológicas, se certificam que todo o processamento visual está funcional, antes da aplicação dos mesmos. Esta falha pode interferir com os resultados da avaliação. Ainda a miopia, a adaptação dos exames a pessoas com patologias ou deficiências e o neurodesenvolvimento foram temas levantados por vozes versadas nas matérias.

Henrique Nascimento acrescentou que existem normas e conceitos em optometria que estão muito desatualizados. “Muitas das premissas da optometria são dos anos ’50/’60 e há mudanças que temos que acompanhar. Não podem ser sempre os mesmos a ditar o futuro de determinadas profissões e neste caso estamos muito dependentes dos americanos, dos ingleses e dos australianos, no caso português. Felizmente temos as universidades nacionais a mostrar novos caminhos através das suas pesquisas.”

Reportagem completa na Millioneyes 121

 
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